12/14/08

sobre as mulheres...

como não tenho tido idéias para postar aqui, resolvi criar um mini-portifófio.

esses dois textos mostram um pouco da work in progress que é o texto sob encomenda. a idéia era fazer uma apresentação de uma exposição sobre o corpo feminino e seu lugar no mundo.

na minha primeira versão, achei que eram apenas mulheres que exporiam [o brieffing não estava muito exato nesse sentido], e o que escrevi foi isso:

O corpo delas no mundo

Antes de termos tido nossas mentes encaixotadas pelo machismo ocidental predominante nos últimos dois milênios, nós, homens, reverenciávamos esse outro ser. No caso, essa outra ser. Em parte porque não entendíamos como um animal poderia sangrar por vários dias e não morrer (além de, ocasionalmente, gerarem vida) e parte por que elas cheiravam muito melhor, mesmo naquela época. E, por sermos mais espertos nesses tempos antigos, o que não compreendíamos transformávamos em divindade e adorávamos. Adorar as mulheres era uma atitude consideravelmente mais esperta que adorar, digamos, o fogo. Porque, além delas não queimarem nossas mãos, elas são muito mais bonitas, macias e... eu já mencionei o cheiro?

Desde então, no fundo, no fundo, a maior parte de nossa existência como machos foi tomada pela necessidade de compreendê-las (o que envolve apalpar, na maioria dos casos). Elas sabem que, mesmo com muito esforço, nós nem arranharíamos a superfície de tudo o que significa ser mulher. Bom para elas que, desconfio, adoram esse ar de mistério que lhes é peculiar e natural. Péssimo para nós, que continuamos a ter mais e mais dúvidas, ainda que nos mantenhamos fiéis (os verdadeiros machos) na adoração às nossas deusas.

E já que cada concavidade, convergência, curva, reta, morro, vale, sombra, luz, som, silêncio, essência, textura, cor, movimento que esses misteriosos seres produzem, fazem, exalam, refletem, emitem é, automaticamente, uma poesia, que belo é presenciar como algumas das mais inspiradas representantes do gênero enxerga o seu corpo, o corpo das outras e como tudo isso se configura em nesse imenso espaço-mundo.

E eu, enquanto macho que me prezo, só posso ficar feliz e encantado com um mundo em que as mulheres podem mostrar e pôr à prova as possibilidades de significado que seus (na maioria das vezes, belos) corpos evocam.


depois de esclarecido, devidamente, o fato de que homens estariam expondo [-se], fiz essa segunda versão, que mantém 90% do original:

O pecado original

Antes de termos nossas mentes encaixotadas pelo machismo ocidental predominante nos últimos dois milênios, nós, homens, reverenciávamos esse outro ser. No caso, essa outra ser. Em parte porque não entendíamos como um animal poderia sangrar por vários dias e não morrer (além de, ocasionalmente, gerarem vida) e parte por que elas cheiravam muito melhor, mesmo naquela época. E, por sermos mais espertos nesses tempos antigos, o que não compreendíamos transformávamos em divindade e adorávamos. Adorar as mulheres era uma atitude consideravelmente mais esperta que adorar, digamos, o fogo. Porque, além delas não queimarem nossas mãos, elas são muito mais bonitas, macias e... eu já mencionei o cheiro?

Desde então, no fundo, no fundo, a maior parte de nossa existência como machos foi tomada pela necessidade de compreendê-las (o que envolve apalpar, na maioria dos casos). Elas sabem que, mesmo com muito esforço, nós nem arranharíamos a superfície de tudo o que significa ser mulher. Mas, isso não as impede de tentar nos revelar um pouco de suas essências e que nós tentemos traduzir o que significa entrar em contato com esses corpos que, desde antes do nascimento, já conhecemos intimamente.

E já que cada concavidade, convergência, curva, reta, morro, vale, sombra, luz, som, silêncio, essência, textura, cor, movimento que esses misteriosos seres produzem, fazem, exalam, refletem, refratam, emitem e omitem é, automaticamente, uma poesia, que belo é presenciar como algumas das mais inspiradas representantes do gênero enxerga o seu corpo, o corpo das outras e como tudo isso se configura nesse imenso espaço-mundo. E, além das meta-obras, também entraremos em contato com outros que, como eu, arriscam se manifestar em relação aos corpos que nos colocaram no mundo.

E eu, enquanto macho que me prezo, só posso ficar feliz e encantado com um mundo em que as mulheres podem mostrar e pôr à prova as possibilidades de significado que seus (na maioria das vezes, belos) corpos evocam.

no final das contas, o pessoal gostou tanto que fizeram um mini-banner com o texto que ficou quase como uma das obras da exposição, o que muito me envaideceu:

tá, eu sei que falta um "A" e que eles uniram dois parágrafos. mas o gesto foi muito bonito, vai...

12/2/08

ficção científica...

saudade do tempo em que o futuro eram luzes piscando...

11/26/08

da vida a dois...

li, dia desses, num desses tantos blogues que pululam por aí, um método infalível para fazer com que sua mulher se apaixonasse. lugares-comuns e breguisses à parte, como sempre, fez-se tudo em grande balela.

ora.

depois de tantos e tantos anos, depois de tantas e tantas tentativas frustadas nós não cansamos de infringir a única regra que não possui exceção:

- não criarás regras em relação ao padrão de comportamento humano.

pois é. simples assim.

mas aí, vocês (se é que há um vocês) me perguntam, tio! como é que, então, a gente faz para que a pessoa que a gente gosta se apaixone pela gente?

não faz, ué. e essa é a resposta fácil e cruel. [e cruel por ser, simplesmente, verdadeira]

a resposta menos cruel [e, por isso, menos verdadeira, mas não tanto] é: escute!

esqueça que toda mulher gosta de flores e tente descobrir se a mulher que você gosta, gosta de flores. esqueça que toda mulher gosta de gentilezas e cortesia e descubra se a mulher que você gosta, gosta disso.

meninas, esqueçam que todo homem gosta de cerveja, esqueçam que todo homem gosta de futebol, esqueçam todas as bobagens que suas mães e tias disseram sobre o que os homens gostam e descubram vocês do que os seus homens gostam.

como descobrir isso?

conversem, oras! é incrivelmente bom até mesmo para vocês perceberem, efetivamente, se gostam dessas pessoas.

acreditem. vai dar certo.

11/3/08

o chão...

...se aproximou rápido. foi um encontro dolorido. coloquei meu nariz no lugar, estralei o pescoço e já me preparo para um novo salto...

10/24/08

salto...

quando se pula, as alternativas são, cair ou voar.

cair, geralmente, envolve se encontrar diretamente com o chão. quando a altura é grande, o chão não é alguém de quem você quer ser amigo.

a única esperança é fazer com que passe mais ar por baixo de suas asas que por cima, fazendo com que você erre o chão.

espero, sinceramente, que tudo dê certo...

10/13/08

epiderme lisa da história...

hoje, vindo para o trabalho, escutando rádio, sou presenteado com seguinte pérola:

"a infraero informa que todos os aeroportos do Paraná estão operando normalmente..."

sou só eu que fico assustado com o fato de a normalidade ser notícia?

temei, irmãos... temei...

10/5/08

da velhice...

por que será que quando temos menos tempo de existência é que temos paciência para fazer as coisas lentas e chatas?

9/25/08

post-protesto...

hoje, logo pela manhã, chego no trabalho, ligo meu computador e vou encarar as notícias do dia.

e aí o G1 velho de guerra me presenteia com isso.

tá certo que as pessoas não são obrigadas a fazer sexo o tempo inteiro. tá certo que acho um saco quando as mulheres tem aquele tipo de 'transo o dia inteiro'. tá certo um tanto de coisas.

mas, pense um pouco.

uma geração, anterior a nossa, parou o mundo, se drogou um monte e criou algumas das músicas mais legais de todos os tempos, justamente, para que nós, hoje, possamos transar quando e com quem quisermos.

e aí me vem uns filhinhos-de-papai esfregar na minha cara que [pausa para raspar a garganta] "só vou fazer sexo quando eu encontrar a pessoa certa". meu camarada, não existe a pessoa certa. e outra! como você vai saber que achou a pessoa certa sem base de comparação?

SEUS BURROS!

sexo é um ato divino, sim! mas isso não quer dizer que, fazendo com uma pessoa apenas você está sacralizando o ato. fazendo com uma pessoa apenas, você não terá a menor noção do que estará fazendo. e a outra pessoa também! serão dois insatisfeitos porque não conhecem as possibilidades do amor carnal!

quer tratar o sexo como um ato espiritual? fácil! faça! faça muito! e todas as vezes que estiver fazendo, não faça mais nada naquele momento! seja um com a pessoa. e faça com várias pessoas! com mais velhas! com mais novas! de todas as raças e tamanhos! descubra do que você gosta e do que as pessoas gostam!

isso vai fazer o seu parceiro muito, mas muito feliz...

vai por mim!

mas, quer saber? porque confiar em um arremedo de blogueiro de segunda categoria que não deve comer ninguém, né?

muito melhor confiar nos carinhas que FAZEM A DISNEY ENTUPIR SEUS COFRES DE DINHEIRO!

o que eu sei???

9/18/08

de passagem...

descobri coisas transcendentes em minha última viagem [negócios, deu um aperto no coração preencher isso no hotel... mas...].

descobri que rodoviárias são um reduto incomensurável de emoções. chegadas e partidas, encontros e despedidas. tudo lindo, tudo molhado de lágrimas, tudo muito cheio de significado per si.

também descobri que é um excelente lugar para leitura. foi terminado o novo do Martin Page [não tão fenomenal quanto seu livro de estréia, mas ainda tem seu valor], uma coletância com um arco completo do "Ex-Machina" do Brian K. Vawn [sensacional... sério...] e ainda um monte de divertidas e profundas "Cosmicômicas", daquele jeito que só o sempre incrível Calvino consegue ser [Deus, será que um dia eu vou escrever, pelo menos, próximo daquilo?]. tudo isso em algumas poucas horas, já que o esperto aqui confundiu os horários dos ônibus e causou um pequeno desencontro.

o segredo para ler em rodoviárias é só ficar longe dos lugares de ampla visibilidade. senão, você sempre poderá ser atropelado por alguem querendo visualizar alguém que chegou, ou se despedir de alguém que se vai. não é muito legal.

também as crianças, por algum estranho motivo, ficam hiperativas em rodoviárias. custa comprar uma revistinha para entreter a molecada. os bancos, e isso vale para aeroportos também, são unidos, então uma criança hiperativa te faz balançar quase tanto quanto ela. também não é lá muito legal.

mas, mais do que tudo isso! a coisa mais legal e incrível que eu descobri em relação às rodoviárias é que [perceba que este texto está sendo escrito no segundo semestre de um ano par] praticamente não existem pessoas fazendo campanha política. talvez, não prestei atenção na última campanha, por ser eleição municipal. isso facilita. talvez nas nacionais e estaduais esse pequeno reduto seja maculado.

mas que não ver panfletos, carros de som, bandeiras, estandartes, gente sorrindo amarelo e todos os outros etc´s intrínsecos ao período eleitoral, por algumas horas já me fez um bem danado.

9/11/08

Morre o Lobo...

morreu, a quase uma semana, o velho Lobo. Fausto Wolff já não está mais entre nós. morreu de veiera associada aos incríveis excessos alcoolicos.

assumo que conheço essa figura [conheço pelas letras, já que eu já tinha ouvido falar no lendário colunista d'O Pasquim nos corredores da faculdade] a relativamente pouco tempo.

mas se algo se pode dizer do bêbado inveterado e esquerdista extremo é que viveu e morreu fiel aos seus ideais.

sem fazer conceções desnecessárias a si mesmo, sempre pregou que somos estúpidos por aceitar que o mundo é ruim e cruel. que somos tolos ao pensar que é assim por que assim o é. que a bonança cairá dos céus.

em seus textos ele queria apenas que cada um fizesse a sua parte para construção de um mundo melhor. que fossem presos os facínoras educados, já que estes matam milhões ao tomar para si o que deveria ser destinado à escolas e hospitais.

que o mundo passaria melhor se conseguíssemos, apenas por um átimo, sair de nossos umbigos e pensar que uma sociedade está saudável enquanto se enxerga o outro como um igual.

Fausto foi, talvez, o único leitor são de Marx que o mundo já viu.

morre um dos últimos jornalistas que mereciam a alcunha e o estatus de mito.

morre Fausto Wolff, fazendo o que desde os 14 anos era sua paixão. escrevendo.

este pobre se sente órfão...

8/21/08

eu penso que...

...
...
...


e isso é o melhor que eu posso fazer para o momento.

8/20/08

diferenciações...

medo é quando seu emprego tá perigando se ferrar, ou quando sua namorada fala que atrasou a menstruação.

pânico é, depois de alguns minutos sentado na privada, dar-se conta que não tem papel higiênico.

e tenho dito!

manual prático e resumido...

a vida se resolve assim, como diria meu tio, maisoumenamente:

quando tudo, mais tudo, mais tudinho, mais tudinhoinho mesmo, parece que vai mal, faça o seguinte: sente do lado de uma pessoa que você gosta muito e que gosta muito de você. segure na mão dela e olhe para uma coisa bonita. se essa pessoa for bonita aos seus olhos, olhe para ela. nesse caso, peça para ela te contar sobre alguma coisa que ela goste muito. aí aprecie o espetáculo.

se tiver muito ruim, repita a operação com várias outras pessoas.

pode ser ao mesmo tempo.

o coração sai mais quente e cheio depois disso.

8/18/08

no teatro...

agora sério...

o que se faz quando não se gostou de uma peça? hoje em dia é meio que obrigatório bater palmas de pé. e aí, por coação, é preciso levantar e bater palmas junto com os outros que, ou são estúpidos e nunca vão ao teatro e, por falta de base de comparação, acharam a peça boa, ou por força do hábito e da vergonha alheia também se levantam.

sou favorável a uma campanha pelo bom senso ao fim de espetáculos:

PALMAS DE PÉ SÓ SE FOR FODA!

algum designer na platéia topa criar uma logo?

sobre a juventude...

mas não qualquer juventude. a juventude atual.

nem quero me alongar muito nesse tema, tamanha a minha revolta. mas que a minha vontade é de bater na cara desses moleques que 1- gostam de se fazer de vítimas e que a vida é sempre tão difícil e 2- se orgulham [sim... é um orgulho] de, por exemplo, não gostarem de ler, ou de lerem cada vez menos, ou ainda, quando algum autor, diretor, pintor lhes é apresentado, fogem da informação como o diabo foge da cruz.

sobre o 1:

crianças. a vida é boa e não há nada que se possa fazer para mudar isso. nós [e me incluo na categoria 'jovem'] temos o mundo na mão.

juro que quando ouço um: "a vida é tão difícil" [atitude, em geral, de emos, mas não exclusiva...] tenho vontade de bater na cara com as costas da mão, que é como se tratavam as crianças no tempo em que as coisas eram REALMENTE difíceis. não ter fossa sanitária é uma dificuldade, não ter um ps3 é um fato.

sobre o 2:

você vai longe assim...

8/14/08

aglomerações...

descobri ontem que existem dois tipos de cidades:

aquelas em que as pessoas continuam passando durante o sinal amarelo;

e aquelas em que as pessoas arrancam um pouco antes do sinal verde aparecer.

os dois tipo de pessoas não convivem no mesmo espaço...

8/12/08

sobre a velhice...

[sarcasm: mode on]

olha só. não é que eu não goste de velhos por princípio. o que me incomoda é a falta de bom senso no mundo. isso me incomoda desde que eu tenho idade para saber o que é bom senso. e nem me venha com esse papo de que bom senso é um conceito relativo. aceito o fato de que ele não é absoluto, mas sua relatividade é um dado cultural, não pessoal.

enfim...

a falta de bom senso de alguns velhos me incomodou muito nas últimas semanas. porque? me explico:

você está lá. no ônibus. indo para o trabalho. escutando música. lendo. você foi inteligente o suficiente para saber a hora certa de passagem da condução, mesmo não evitando o ambiente lotado, consegue estar sentado. quando você está no meio e um capítulo bem interessante percebe aquele olhar pesado sobre você. é um velho[a]. querendo seu lugar.

ora!

se você é aposentado, porque diabos acordou cedo e pegou um ônibus no mesmo horário que milhares de outras pessoas que não têm outra escolha que não estar em trânsito nesse horário? porque meu Deus?

quer um outro exemplo?

você precisa descontar um cheque. a ÚNICA coisa que uma pessoa normal nos dias de hoje precisa fazer com um atendente é descontar cheques. todo o resto pode ser feito com caixas automáticos. a maioria das pessoas que trabalham SÓ pode fazer isso em seus horários de almoço. mais cedo e mais tarde os bancos estão fechados.

então, porque, novamente, um velho PRECISA ir para o banco naquele, justamente naquele, horário?

e sabe o que me dá mais raiva? não só esse meu blog é ridiculamente pouco acessado, como ele nunca vai ser visto por alguem com mais de 65 anos, ou seja, por um real causador da minha angústia.

8/7/08

da série: questionamentos breves...

porque as pessoas com mais segurança em relação ao que dizem, falam, proporcionalmente, mais besteiras?

-----------------

Em tempo: lembrei de um tio-avô meu que afirmava, categoricamente, que a princesa isabel libertou os escravos porque curtia os pintões dos negões.

8/6/08

menino dos cataventos...

ontem eu assisti a um show que me deixou embasbacado pela leveza das composições.

a banda é essa daqui.

a idéia é pegar poemas do Mário Quintana e musicar.

"ah! poemas musicados? que coisa mais sacal!"

engana-se caro [eventual] leitor. engana-se.

como, se dispor de uma conexão minimamente decente, você pode ouvir algumas músicas no my space da banda [não vou ficar lincando toda hora... isso dá no saco] não vou me alongar sobre as músicas.

o mais legal é, na verdade, duas.

- o contra-baixo[-que-faz-vezes-de-celo, graças a um arco] dá uma sustentação linda na maioria das músicas. é quase como se ele fosse a terra fértil que as flores, que são os outros instrumentos, germinam. a metáfora com jardinagem é quase impossível de ser evitada. sério. as canções são primaveris ao extremo [e isso não é problema], tanto em suas letras quando nas melodias [exceto uma que 'frita' um pouco, mas como ela não tem no my space eu não lembro o nome...]

- a vocalista é tecnicamente impecável, e ainda dá um jeito de, mesmo concentrada na respiração e nas notas, ser absolutamente doce e charmosa ao cantar. e o bacana é que ela estava muito nervosa. MUITO! como eu sei isso? ela respirava errado e gaguejava [muito levemente] para falar. e porque isso é bacana? porque o nervosismo desaparecia nas músicas.

apesar desses destaques, todos os outros músicos são impecáveis. as músicas te abraçam e te levam para lugares em que é quase possível sentir o cheiro da flores e vislumbrar suas cores.

infelizmente [talvez não tanto, mas ainda assim...] as músicas têm muito mais força no palco que ouvindo. mas á pra ter um belo gostinho delas lá no my space...

------------

=> em tempo: antes que me crucifiquem [as três pessoas que lêem esse blogue] eu preciso dizer que não tem os nomes dos músicos, nem que instrumentos eles rspectivamente tocam e nem os nomes das músicas, muito menos agenda de shows.

não só tudo isso tá lá no espaço deles, como esse daqui é um lugar para manutenção da minha sanidade mental, logo, anti-jornalistico, no sentido clássico da palavra.

7/29/08

eu e minhas insistências...

você ainda acha que eu disse alguma besteira em relação às intenções do governo bush II - O Retorno?

pois leia aqui.

e quem disse nem foi o jornalistinha meia boca que acha que sua opinião vale alguma coisa.

foi um dos mais importantes filósofos vivos.

Fóssil...

encontrei um fóssil de um emo...



achado arqueológico em "A Doce Vida" de Felini.

7/28/08

de um final de semana produtivo...

este fim de semana eu me dediquei a assistir um monte de filmes. como vejo no laptop, com fone de ouvido, estou até com a orelha doendo.

mas foi bom porque consegui entender algumas coisas sobre o processo de preparação do Crinstian Bale para o Batman, nesse segundo filme, ao mesmo tempo que amadureci meus pensamentos sobre o seguinte fato.

sobre o processo de preparação, ficou muito claro para mim como o Cristian Bale usa as temáticas de um filme para amadurecer seu personagem em outro. o que motivou esse meu pensamento foi "Os Indomáveis" [3:10 to Yuma], refilmagem de um faroeste clássico e homônimo.

se no primeiro filme o "Psicopata Americano" [American Psycho] dava a tônica de dupla personalidade para o morcegão [sou um velho conhecido, posso me dar ao luxo de liberdades], nesse filme é a tentação pelo "lado negro da força", para ficar no vocabulário nerd, que dá o tom. no faroeste um fazendeiro [Bale] enxerga no "pequeno serviço" de levar o pistoleiro, Ben Wade [Russel Crowe, com a competência habitual, mas nada além], para o trem que o levaria para a prisão de Yuma [o tal trem das 3:10].

ao longo do filme Wade tenta usar sua maldade charmosa para seduzir seus algozes. da mesma forma o faz o Coringa com sua fé na falta de moral dos homens. e tanto Dan Evans quando Batman/Wayne, mesmo tendo provas inequívocas de que as pessoas podem ser muito ruins e que o mundo caminha para o caos, buscam, no fiapo de sanidade que lhes restam, a salvação para suas próprias almas e para aquilo que lhes restam.

é claro que o fazendeiro é um personagem completamente diferente do Batman. mas é possível captar em ambos o mesmo olhar que é fruto de sua fé inabalável em si mesmo e em sua missão.

ao mesmo tempo, ainda nesse fim de semana, me deparei com a notícia lincada logali em cima. como assim alguém me comete o disparate de comparar o George W. Bush com o Batman? meu primeiro impulso foi escrever um longo texto, mas logo vi que ele seria simplesmente fraco e apaixonado.

o argumento definitivo para rebater a estupidez do autor do artigo é que o Batman não INVENTOU sua guerra. a guerra do batman defende o direito legítimo dos cidadãos de bem da cidade em que vive e ama. ele não usa um ideal distorcido de democracia para impor sua guerra e disfarçar seus reais interesses, convenhamos, puramente comerciais.

ah! os ideais do W, como o articulista do WSJ gosta de chamá-lo, não são fajutos! a guerra que ele trava é contra o terrorismo e pela democracia.

bem, se você tem o nível de leitura de uma criança de cinco anos eu aceito essa interpretação. não mais, não! se a guerra do Bush fosse contra o terrorismo ela estaria sendo travada no Afeganistão [lembram? quem atacou as duas torres? alguém sabe dizer porque ressucitaram o Iraque? depois daquela guerra que o bush pai perdeu?]. e sua guerra não é pela democracia tãopouco. se fosse ele estaria atuando na África, no Leste Europeu ou afins. onde estava a democracia americana no massacre de Timor Leste? [eu sei que é na Ásia]

W não é Batman. ele não escolhe ser vilão para defender um ideal mais nobre. ele escolhe ser vilão para muitos, mais herói para seus comparsas criminosos.

-------------------------------------------------------------------------------------------

em tempo:

- pois é Alinne. agora você me deixou com a pulga atrás da orelha. eu atuei no "No Recreio", "Sorôco, sua mãe, sua filha" e "Feliz Aniversário" do Filhos da PUC. além de um tanto de sckets e intervenções. me adiciona no msn e talvez a gente tenha alguns amigos em comum.

-ah! os fãns Xiitas. um pequeno erro de digitação gera uma reação exagerada. sinceramente, não vou corrigir. sei qual é o plural de "man", conheço a obra de Alan Moore de cabo a rabo e não tenho saco com demonstrações de "eu vi Star Wars mais vezes que você e posso te dizer que o Han Solo atirou primeiro". não entendeu nada? clique aqui e veja o último comentário e aqui para saber o que eu penso disso. quando ao tiro do Han... ah... fica pra depois.

7/25/08

da profissão [porque me deu no saco escrever respostas]...

muito contente com o fato de que este blog ganhou sua segunda leitora espontânea [a primeira é a Jô, que já é parceira de letras e tá linkada ali do lado, as outras pessoas que lêem são meus amigos antes e como não quero que esse espaço seja mais que uma diversão ocasional isso não me incomoda], estou muito felizmente respondendo as provocações dela [as pessoas amigas sabem que eu tento responder sempre, só não por aqui... para falar de mim eu prefiro outros meios, mas como estou sendo provocado, no melhor sentido do termo, e não tenho outro meio de resposta, vai por aqui mesmo].

tinha tempos que eu não tinha tanto ânimo para postar aqui.

mas então que temos um pouco disse em comum sabe? eu sou seu parceiro de armas na luta pela poesia na vida. acho que é a única forma legítima de viver.

claro que sou mais partidário dos poetas malditos, mas reconheço, admiro e louvo uma coisa bonita quando vejo. até porque elas tem saltado aos olhos por contraste, né?

eu já brinquei de ator e, mesmo não sendo lá muito talentoso, eu era bem feliz com o pessoal do Filhos da PUC, na PUC Minas. hoje eu estou em curitiba, me matando de trabalhar [tá, nem tanto, mas um charminho as vezes cai bem, como uma bela morena tem me ensinado nas bandas de cá].

estou com um projeto super embrionário que, mesmo se não der em nada, vai me garantir muita diversão e umas boas memórias. de qualquer jeito esse projeto me possibilita escrever outras coisas um pouco menos áridas que a absorsão do nutrientes no intestino de suínos [esse mundo do jornalismo leva a gente para cada lugar né?].

ao mesmo tempo, as chances de esse projeto darem dinheiro são extremamente pequenas, mas ele, Deus querendo, deverá suprir minha ansia por poesia na vida, coisa que o teatro fazia tão bem.

mas é, cara amiga [que tal, parceira de armas na luta das letras, afinidade com palco, defesa da poesia, da mágoa afogada no fundo do copo... já pode ser amiga, não?], temos que levantar o peito e, como nos ensinou Deleuze, torcer todas as linhas de poder e saber usando a nossa subjetividade.

Alinne pois. o indivíduo sem identidade sai so anonimato.

muito prazer. bem vinda ao meu mundo.

P.S.: esses quatro olhos são meus sim...

mais uma outra resposta...

cara desconhecida [engraçado, eu supus que era uma pessoa conhecida...enfim...] se engana sobre mim.

sou sim muito nerd. só que eu não vejo demérito nisso, além de pensar [e agir] que eu não sou só um nerd. na verdade eu faço de tudo o que me agrada e me garante diversão.

e eu não sou meio prepotente. eu sou muito prepotente, quando o assunto é cultura pop e afins. mas não se engane, é mero mecanismo de defesa.

agora, quanto a destrinchar o coringa... não me acho a altura, especialmente ante aqueles que já fizeram isso antes e melhor que eu. mas uma coisa me incomodou nessa madrugada. o uso que Cris Nolan faz do Coringa.

você [e eu me dirijo no singular porque, em tese, esse texto só se dirige à atriz/jornalista-consequentemente-pobre-e-desiludida (não resisti à acidez...)] percebeu como os dois diálogos do Coringa com Batman [na sala de interrogatório e de cabeça para baixo, no confronto final] são extremamente didáticos? o Coringa explica toda a dinâmica o filme. nas mãos de um diretor e de um ator menos competentes, teríamos aquela sensação do Minority Report, que houve um excesso de explicação e que fomos tratados como idiotas...

mas nesse filme, ficamos tão encantados com a atuação e com a direção que não é possível repreendermos o roteiro por nos contar o que já está sendo mostrado. sem contar que é uma abordagem filosófica muito interessante ["... é o que acontece quando uma força que não pode ser parada encontra um objeto que não poe ser movido..."]

[e preciso admitir que a lucidez com que o Coringa encara a sua própria loucura é quase tocante]

.....

agora, vamos às considerações.

como o Cinema em Cena é um site mineiro eu devo inferir que você é de lá também?

e, por fim, com um copo de cerveja, sentado numa mesa de bar eu sou bem melhor de fabulações e considerações que nesse espaço.

eu uso esse espaço como um quarto de despejo de idéias e como exercício de estilo. tenho muita resistência a escrever mais formalmente aqui [até porque eu faço isso profissionalmente].

já me prometi escrever mais regularmente, mas ando sem saco, sem tempo, sem idéias... coisas da vida, como diria Vonnegut...

mas aqui. você tem algum contato? gostei das suas idéias [gosto de quem não se dininui com minha prepotência]...

outra resposta...

é...

acabei de ver o filme. num ano em que fui levado para a sala de cinema para ver Sangue Negro e Onde os Fracos Não Têm Vez, a nova película do Sr. Nolan consegue estar a altura, se não superar, já que leva reflexão com entretenimento, função (??) inata do cinema.

mas não me sinto confortável em escrever nada sobre esse filme. talvez porque ainda esteja tudo muito fresco na mente [saí do cinema a exatos uma hora e quinze minutos]. e não acho, realmente, que eu tenha algo a acrescentar a tudo o que foi dito por aí.

exceto um fato.

esse filme não é do coringa, ou, ao menos, não só do coringa. ele definitivamente não brilha sozinho e não ofusca ninguém. apenas um cego afirmaria isso.

a atuação de Heath Ledger é sensacional, tecnicamente impecável e expremamente viceral. mas assim é a do Cris Bale, de Aaron Eckhart e de todos os outros. é perda de tempo até mesmo enumerar.

o filme em si é uma obra tão completa que não prevê nem a possibilidade de um ator minimamente despreparado. cada cena, cada fala, cada tomada, cada facho de luz é milimetricamente desenhado para gerar significado.

tenho pena de tudo o que vier depois, especialmente Watchmen.

e isso é tudo o que eu me atrevo a escrever nesse momento. prefiro, inclusive, falar de filmes que as pessoas não viram. me divirto mais e me sinto mais livre para dizer o que eu penso.

quanto ao Pablo... sinceramente? eu leio as críticas dele, mas acho ele muito apegado a técnica e penso que ele dá pouca importância para o que é mais importante em um filme, ou qualquer outra obra: seus desdobramentos. como uma obra gera uma avalanche de significados que se multiplicam para dentro de si e para fora, como num lago calmo atingido por uma pedra.

não digo que ele não deveria dominar a técnica, mas acho que ele acaba se prendendo demais a ela. e isso se reflete em seus textos, todos com uma estrutura muito similar [ele até usa as mesmas expressões: "o filme perde sua força no terceiro ato"...se eu ganhasse um real cada vez que eu tivesse lido isso].

acho o jogo dele bacana. mas não tenho saco com isso. cheguei no meu ápice quando advinhei qual filme era só pela granulação da película [Rambo - programado para matar, a cena tinha só um carro estacionado]. prefiro me dedicar a assuntos mais elevados.

quanto a críticas, fico com as do omelete pela nerdisse e com as do pilula pop pela delicadeza com que buscam a compreensão da obra. só leio as do pablo quando to com saco ou tempo...

ufa! eu juro que comecei a escrever pensando em fazer um texto breve...

7/24/08

resposta...

caro anônimo que eu não tenho nem idéia de quem seja, mas sua visita no meu humilde espaço é como um Sol de alegria para a minha pessoa.

respondendo suas perguntas:

-já desconsiderei o erro de português... já vi e cometi piores.

-um post sobre o coringa? se eu conseguir pensar em algo que absolutamente ninguém tenha dito/falado/pensado/cogitado, talvez eu escreva. mas, vá lá, só vou ver o filme hoje.

7/21/08

reflexões moderadas...

me pergunto se, algum dia jornalistas, publicitários, relações públicas e afins fizessem greve, a sociedade sentiria falta.

7/16/08

e daí que você se importa...

como todo bom blogueiro que se acha importante, agora ando metido a dar minha opinião sobre assuntos da atualidade. meio jacu, mas fazer o que né?

um dos blogs que eu acompanho sempre é o Instante Posterior do Bruno Medina, ex(?)-tecladista do Los Hermanos, por sua temperança e olhar apurado para as minúcias da realidade na qual está imerso.

o fato é que seu último texto, como o de alguns outros blogueiros mais interessantes/inteligentes, foi sobre esta nova lei seca.

o fato é que essa lei não me incomoda por si própria. acho que álcool e direção não combinam e que esses dois fatores estavam contribuindo para a geração do caos generalizado na sociedade brasileira.

mas, vem cá...

tudo bem o camarada perder a carteira. mas multas astronômicas é foda! simplesmente não dá. isso porque esse dinheiro não será visto investido em vias mais seguras e em transporte público eficiente e a qualquer horário do dia. digo isso isso porque esses fatores são tão ou mais assassinos/criminosos que a dobrdinha álcool/direção. ou você se esqueceu que motoristas alcolizados são responsáveis por algo em torno de 35% dos acidentes?

não, meu caro eventual leitor [se é que existe... ah! como me divirto com minhas ilusões de representatividade social], não estou diminuindo esse número. ele é alarmante sim! 35% é muita coisa. mas e os outros 65% causados por estradas ruins, motoristas despreparados, falta de sinalização, buracos, etc, etc...

ainda no espírito do post abaixo:

- leis abusivas sem debate verticalizado com ampla repercussão e mudança social e estrutural não!

7/15/08

emputecimento...

no brasilzão de Deus que estamos. com suas maracutaias, esquemas e afins. tá cada vez mais difícil até ficar puto com as coisas.

nas últimas semanas duas coisas.

1- projeto de lei do mais que picareta senador eduardo azeredo. ele quer, em linhas gerais, que os servidores brasileiros mantenham registros dos usuários para criminalizar ações como troca que músicas e/ou filmes. isso é proteção burra dos direitos intelectuais. até a Trama tem disponibilizado árte de seu acervo para download através do selo Trama Virtual. se o tal senador ainda fosse idôneo, beleza! mas camarada que teve campanha finaciada através de 'valerioduto' vir dar uma de cavaleiro do bastião da moralidade... faça-me o favor!

mais detalhes e petição online para tentar barrar essa estupidez.

2- publicidade do senado brasileiro extrema e absurdamente superfaturada. esse, deixo a palavra para um blogueiro infinitamente mais tarimbado que eu.

informações coletadas pelos: contraditorium e blog do tas.

7/11/08

mudança de paradigma linguístico [ou momento TDUD?]...

estava bem eu sossegado, meio ressaqueado, como é de bom tom para uma sexta feira pela manhã, de pé esperando o ônibus que me levaria para o trabalho.

quando olhei para trás, me deparei com um outdoor no mínimo curioso.

era uma revista adulta com capa da Júlia Paes [atriz/modelo/puta/ex-da-filha-da-gretchen] sob a alcunha de "A Namoradinha o Brasil".

bem. fiz uma pesquisa rápida no deus-google e não achei a revista para postar aqui. mas achei algo mais surpreendente.

isto:


sério!

é a alcunha dela. não é um caso isolado da revista que eu não lembro o nome. até a sexy [segunda publicação masculina adulta do país, ficando atrás só da PlayBoy, por motivos, agora, óbvios] disse que ela é a "Namoradinha do Brasil".

a única explicação plausível até onde eu entendo é que ela dá para todo mundo isso significa que ela namora o Brasil todo.

poemeto erótico-literário...

hoje,
você será meu livro.
e nunca antes um livro foi lido com tamanha dedicação.
nunca houve leitor mais dedicado a um livro como serei eu às suas páginas.
em cada curva, cada concavidade e reentrância não terão mais mistérios nas minhas mãos
aos meus olhos.
lerei seu braile.
decifrarei seu código.
de cabo a rabo.

7/7/08

Banda; Álbum; Capa...

Vi a brincadeira em outros blogs e achei foda. reproduzo aqui:
  1. O título desse verbete aleatório da Wikipedia será o nome da sua banda.
  2. As quatro últimas palavras da última frase dessa página de citações formarão o nome do seu disco.
  3. A terceira foto dessa página do Flickr será a capa do seu disco.
Nome da minha banda: TOMMY HIMI

Nome do álbum: REACH TO HIMSELF

Capa:
[podia ter rolado um photoshop na imagem para, incluindo os caracteres, fazer uma capa de verdade. mas fiquei com preguiça]

contrapontos...

me dei conta que, ao menos quanto as expressões, os curitibanos são mais caridosos que os belorizontinos.

no meio dos mares de morros se fala "Deus me livre". na terra das araucárias se fala "Deus o livre".

ainda que não tenha adquirido o hábito de falar, e me estranhe cada vez que escuto, prefiro o segundo modo.

6/27/08

anacronismos...

pessoalmente [e digo pessoalmente porque esse é um fato que aconteceu na minha existência... sim... eu me dobrei ao traje social para trabalhar] acredito que a camisa é o maior ranço do passado no presente que vivemos.

digo camisa porque já me disseram, certa vez, que camisa-de-botão é um pleonasmo. mas meu problema não é em relação à camisa em si. tanto que chamo praticamente qualquer indumentária para cobrir o dorso de camisa.

meu problema é o botão.

caros! vivemos na era do zíper, do velcro, dos tecidos com fibras elásticas o suficiente para que seja colocado o corpo sem deformação. mas porque ainda usamos o botão? essa herança da antiguidade.

pensem no tempo que é perdido todas as manhãs e todas as noites abotoando e desabotoando?

e o que é pior! nos pegamos usando smartphones e camisas de botão. me diga se não é uma grande incoerência social? e não é? se existem infinitas formas modernas de se usar roupas, porque eu ainda preciso usar uma que ainda não tenha ultrapassado a simples limitação do botão?

mais! ainda somos presos ao conceito de pensar que isso é se vestir bem. sério, até onde eu entendo, quando eu vejo uma pessoa com camisa de botão eu penso: "lá vai um cara que perde tempo".

se o botão ainda fosse bem visto socialmente, vá lá. mas nem isso. as pessoas não gostam de botões. porque se gostassem não usariam gravatas. ou, além de esconder os botões, existe outra finalidade para uma gravata? nem para esquentar o pescoço, nas raras noites de frio, ainda que existentes, deste país tropical, esse inútil assessório se presta.

mas a gravata é outra história...

de qualquer jeito, isso é o de menos. é apenas mais um caso desta nossa estranha contemporaneidade cheia de contra-sensos.

pequena reflexão efêmera...

o mundo realmente precisa de mais um?

6/18/08

Conversações...

Metabolismo: porra! explica isso de frio pra caralho e sol a pino! nunca vi isso!

Cérebro: eu tô tentando! mas não tenho nem idéia!

Metabolismo: como não?!?! não é você o sabichão? o decifrador de mundos?

Cérebro: tá... eu ainda não sei. mas vou entender... eu acho...

Metabolismo: enquanto isso eu reajo aleatoriamente.

Cérebro: ahn?

6/12/08

deslocamentos...

por que devemos assistir a filmes do Wong Kar Waii?

porque a vida é feita de pessoas deslocadas e que não são definíveis por si mesmas, mas por como, quando, onde e porque encontram seus pares. e os indivíduos nos filmes do elegante diretor chinês são exatamente assim. solitários que vislumbram alegria de viver quando encontram com outros solitários.

mas mais importante que isso. devemos assistir a esses filmes porque a solidão e inexatidão das pessoas não impedem que elas vivam histórias dignas de serem contadas.

devemos assistir porque aprendemos com a ficção que a realidade é uma coisa bonita...

6/10/08

100 nada mais a dizer...

segundo a última contagem oficial, esse blog chegou a marca de 100 postagens.

isso não só é ridículo como vexaminoso para mim. porque quer dizer que em pouco mais de dois anos de existência eu não tive a capacidade de conseguir nem cinco textos minimamente decentes por mês.

mas enfim. ainda me pergunto qual a relevância desse espaço socialmente. eu entendo perfeitamente porque eu mantenho esse espaço dentro de minha ótica particular. mas, sinceramente, não tenho a menor idéia do que isso significa numa esfera macro.

por isso, no final do último parágrafo, eu decidi escrever mais por aqui, ao contrário de acabar com o espaço. e pretendo escrever breves resenhas de livros e filmes que eu gosto ou acabei de ver/ler [por puro exercício de estilo], pequenos contos e poemetos com mais frequencia. acho que as reflexões existencialistas não tem me levado a lugar nenhum, mas sempre que alguma questão me ocorrer eu vou me esforçar para postar aqui também.

então! que esse centésimo texto seja sinal de algo mais interessante para o mundo.

cheguei a conclusão de que tem muita gente medíocre e babaca falando bobagens por aí. então é simplesmente criminoso que eu guarde meus pensamentos todos dentro de mim...

6/3/08

Porks and beans...

o Weezer é uma das bandas mais legais dos anos noventa e mesmo os cds mais normaiszinhos (como os dois últimos) ainda dão de pau em praticamente tudo o que tem sido lançado nos últimos tempos.

Rivers Cuomo é formado em Oxford ou Berkley (não me lembro e estou com muita preguiça de procurar... de qualquer jeito tanto faz, as duas são as maiores da inglaterra) em literatura inglesa. formado com louvor, o qe faz de Rivers Cuomo um belo nerd!

o problema é que Rivers Cuomo é o frontman [na falta de uma palavra brazuca melhor] do Weezer.

e você me pergunta: ué... qual é o problema?

o problema, leitor incauto, é que um nerd não pode estar em uma grande banda de rock. nerds e rock não combinam. e não vale falar do Radiohead. aquilo é rock cabeção. é diferente de rock nerd!

o meu ponto é que rock-nerd é uma contradição em termos e um sinal claro do fim dos tempos...

e esse sinal já vem desde dos idos dos anos 90...

como eu disse em um post de tempos atrás... TEMEI!!!

5/28/08

existencialismos morfológicos...

me pergunto se, ela que é a palavra mais alardeada como genuinamente brasileira, a saudade é algo tão simples de ser resolvido.

eu já me considerei, em tempos mais arrogantes, um expecialista em saudade. muitas cidades, muitas pessoas, muitas épocas. mas isso te ensina somente a reagir a saudade.

a questão é que nunca está claro do que é que se sente saudade.

me explico.

quando se sente saudade de uma pessoa, estamos mesmo sentindo saudade de uma pessoa?

eu acho que não. acho que na melhor das hipóteses nós não conseguimos sentir saudade só da pessoa. mas sentimos saudade de tudo aquilo que ela representa. sentimos saudade do tempo, do período. sentimos saudade das boas sensações. sentimos saudade de nós mesmos.

sentir saudade é um ato de egoísmo...

5/25/08

o fim...

...está próximo!!!

por isso ... TEMEI IRMÃOS!!!

pois os direitos autorais do apocalipse são da igreja católica...

5/13/08

da demora em novidades...

eu não posto por obrigação.

parei com isso de ignorar meu crítico interno.

mas ando matutanto coisas para mais adiante.

não que alguém se importe realmente com o fato de eu escrever ou deixar de escrever... exceto meu chefe, mas ele não é bom em enxergar a poesia nas coisas.

3/9/08

idéia para o Laerte...

primeiro quadro: um rosto; um balão com gargalhadas contrastando com o semblante sério.

segundo quadro: um close no rosto; outro balão com gargalhadas, o mesmo semblante, o mesmo contraste.

terceiro quadro: close no nariz; ainda mais gargalhadas; box de texto com os seguintes dizeres "piada interna no nariz..."

Herança…

Tenho poucas memórias de meus avós paternos. Vi-os poucas vezes e durante pouco tempo da minha vida. Não gostava de visitá-los. Tinha medo de suas rugas.

Hoje, revistando minhas memórias e conhecendo meu avô através de meu pai e suas histórias, posso criar algo que acredito ser próximo da realidade. Em minha cabeça meu avô é um homem de sorriso amável, de poucos e simples gostos.

Tinha frio nas orelhas, por isso um de seus mais valiosos pertences era um chapéu, presente de meu pai, que lhe cobria a cabeça e as orelhas.

Também tinha um curioso gosto pelo cheiro de gasolina e mais de uma vez afirmou que só não bebia por medo de sair buzinando.

De meu vô herdei algumas coisas. O sorriso discreto está aqui em algum lugar, acrescido, sempre que posso, de uma ruidosa gargalhada. Mas isso vem do outro lado da família.

Não herdei o frio nas orelhas e muito menos a simplicidade interiorana. Tampouco herdei seu gosto pelo cheiro de gasolina. Mas herdei, sim, o medo de sair buzinando um dia.

2/22/08

Filmes conhecidos (ou nem tanto) que merecem ser vistos…

Resolvi brincar de cronista. E para isso resolvi fazer textos breves de apreciação cinematográfica. Cinema é meu esporte favorito. E a idéia, como é regra neste meu quarto de entulhos de pensamento, é brincar com algumas idéias.

Para este primeiro texto eu evoco um filme relativamente novo, que acaba de ser lançado em DVD. “Mandando Bala”.

Resolvi fazer uma pequena lista de motivos para se assistir esta obra-prima de uma hora e meia.

Ei-la:

Para começar o filme tem Clive Owen. Ele interpreta o Sr. Smith. Um cara mal humorado, extremamente bem treinado em combate corpo a corpo e armas de todos os tipos e com uma estranha predileção (ou seria fetiche?) por cenouras. Sim, sim. Pernalonga (um dos meus ídolos pessoais) não surgiu na sua cabeça de graça. Em certo momento o personagem do Clive Owen chega a nos brindar com um impagável “Anh...What’s up Doc?!?!” antes de um assassinato divertido. Aliás, como tantos ao longo do filme. Mas este é um tópico que vai ficar mais abaixo.

Clive Owen é um ator genial. Concentrado, preciso e com boa química quando em contato com outros atores. E o mais legal é pensar que o filme que ele fez antes desse também envolvia um parto em uma situação perigosa e a proteção de um bebê que se revele muito importante (o outro filme, a quem interessar possa, é “Filhos da Esperança”, no Alfonso Cuarón. Genial, para falar o mínimo). Mas como ele mesmo disse: “em apenas um deles o cordão umbilical é cortado com um tiro...” precisa dizer mais?

Sim!

O filme ainda tem Paul Giamatti. Poucas vezes na minha vida eu vi um ator transparecer que se divertiu tanto fazendo um papel. Ele interpreta um gênio analítico completamente sádico contratado para dar cabo no pobre do bebê, até que o nosso querido Sr. Smith entre no caminho dele. Saca as pessoas só de olhar. Feio, baixinho, gordinho. Até o bigode do Eufrazino está lá. E sim. Para este personagem está reservado uma das melhores mortes do longa.

Para coroar o trio de protagonistas está a belíssima Monica Belluti. Ela faz uma prostituta que dá leite (!). E como não amar esses roteiristas de Hollywood que nos trazem as desculpas mais esfarrapadas para mostrar as carnes da musa italiana. (meus queridos! Não deixem de conferir os extras do DVD. Lá tem uma cena deletada em que ela paga um lindo peitinho. Isso, claro, no caso de vocês não terem saco para assistir “Irreversível”. Cinema classudo europeu não é para todos).

Há ainda a incrível trilha sonora. Nirvana, Wolffmother e Motor Head, só para citar as três primeiras músicas. Genial!

Não contentes com tudo isso, os realizadores (não me lembro de cabeça e estou, no momento, sem net. Não vou pesquisar porque os nomes dos roteiristas e do diretor realmente não vem ao caso, são meras nulidades cinematográficas) ainda nos presenteiam com deliciosas cenas de ação insanas e mortes dos melhores tipos. Todos os clichês do gênero estão presentes. O nosso herói chega a dizer em um momento: “eu não atiro em cachorros, eu gosto deles...”. Não resisto a escrever: hahaha!

O filme é excelente (e não apenas razoável como pregaram os críticos de cinema pretensamente mais habilitados e gabaritados que este que vos escreve) simplesmente porque não quer ser outra coisa que não um filme absurdamente descerebrado. Muito mais até que o filme irmão “Adrenalina”. Pelo simples motivo de que este último faz um pouco mais (mas não muito) de esforço para justificar suas insanidades.

Recomendo! E muito! Perfeito para quem chegou cansado do trabalho e quer dar um descanso para o cérebro. Ah! É imprescindível que a pessoa não se incomode com algumas cenas de muito sangue e um roteiro que mais pareça um queijo suíço.

Bem amiguinhos e amiguinhas (os eventuais três leitores deste blog), vou, mas juro que volto. Este primeiro foi só uma brincadeira que eu não resisti. Precisava brincar com as idéias que este filme me trouxe.

A partir de agora eu vou falar, eventualmente, sem método, sem periodicidade fixa e sem formato estruturado, de alguns filmes que são bem obscuros ou antigos e eu acho geniais. E também não pretendo parar com os pensamentos abstratos, mini-contos da mais insana ficção, crônicas da vida citadina e poemetos que são características deste espaço que já é característico por não ter característica... Anh?


2/12/08

empresas...

se uma empresa pode ser comparada com o corpo humano, suas funções e comportamentos, não consigo deixar de pensar que as publicações internas são um tipo de masturbação...

o que aprendemos com isso é que metáforas são legais!

2/6/08

no ônibus... (1)

se levantara para dar lugar a uma senhora.
ela o cutucou, de leve, e perguntou se gostaria que colocasse sua mochila no colo.
- esse é o menor dos meus pesos - disse, num sorriso cansado.

1/23/08

meu primeiro palíndromo...

AMOR É EM ATA-ME E ROMA

1/20/08

uma pergunta...

... o que você gostaria de me dizer se um de nós morresse amanhã?

esqueça a morbidez do tema e simplesmente pense de forma objetiva.

diz aí! se essa fosse a sua última oportunidade... o que você gostaria de me dizer?

1/10/08

Ode à minha arrogância…

Mundo, mundo vasto mundo.

Mais vasto é o meu coração. Desnudo.

Sem eira nem beira, sem lá nem cá.

Meu coração é desenorme. Vai de uma ponta a outra de meus dedos em meus braços esticados.

Pelo outro lado.

E não tem cor e não tem forma que nesse mundo seja mais colorida e mais helicoidal disforme pelo avesso intrínseco ao jeito que deixou de ser que não seja mais tudo isso dentro de mim. Dentro de meu coração.

Mas além de tudo meu coração é inquieto e cheio de soberba.

Quer ir mais e mais na insignificância que todo esse é mundinhão aí fora só para apontar e dizer:

-ó í! Tá vendo? Cá dentro é tudo maior. Mais bonito. Mais colorido.

Eu só olho. Desolho. E fico com as duas imagens cá guardadas.

É que meu coração não vê que ele só é grande porque tem tudo o que já tá feito e mais as delícias do delírio para torcer e distorcer tudo dentro de si.