5/28/06

semáforo...

o vanguart é aquela música bem apanhada que diz não acreditar nas mulheres...mas que acredita em no semáforo, no avião etc...
enfim, acredita em coisas palpáveis.
a música se chama semáforo.

hoje em dia to achando difícil acreditar até em semáforos...

pelo menos eu tendo a achar que quando vc aperta o botão p/ que ele feche e vc possa atravessar a rua vc só ganha um alívio psicológico.

pq eu, pelo menos, espero mais ou menos o mesmo tempo apertando ou não o botão.

enfim, contrariando o vanguart, vivemos tempos tão estranhos que é difícil acreditar até no semáforo.

5/16/06

frustação...

as vezes é simplesmente horrível viver num mundo quase sempre aquém da sua imaginação.

5/2/06

no teatro...

semana passada eu fui assistir uma peça.
a companhia acômica está completande 10 anos e estão reencenando algumas de suas melhores peças de graça no galpão cine horto de bh.

até aí tudo bem. entrei e assisti uma peça excelente. tão boa que quase me fez esquecer o ano passado de peças não tão interessantes que assolaram a capital mineira.

a peça se chama lusco-fusco, ou todo mundo muito romântico. ela trata do patético da existência humana e de nossas pequenas idiossincrassias... muito bom mesmo, atores afinados e bons textos.

mas a questão não é essa.

a questão é que as pessoas (ainda pensando um pouco no post anterior) não tem a menor noção de vida em sociedade. logo no começo, quando foram dados os três apito finais que marcam o início da apresentação, um engraçadinho já falou em alto e bom som "ou! tá funcinando!". como se a campanhia estivesse sendo testada.

esse, para mim, é um dos cúmulos da ignorância pós-moderna. aparentemente o cara:

1. nunca foi a um teatro (o que é lamentável, por que o teatro nacional tem coisas belíssimas)

2. não tem o menor senso de educação, já que um teatro é um lugar público e haviam pessoas interessadas em assistir a peça sem comentários engraçadinhos de péssimo gosto.

não bastasse isso, muitas pessoas se esforçaram muito para gargalhar a peça inteira. isso me deixa intrigado por que, ainda que a peça tenha alguns momentos de comicidade, esse não é seu forte (o grupo se chama Cia. Acômica, isso já deve dar um pista). eu só posso crêr que o que as pessoas conhecem como teatro são as peças populescas como "acredite, um espírito baixou em mim", "como sobreviver em festas e recepções de buffet escasso" e pérolas do gênero.

nada contra essas comédias. mas o problema que elas são dominantes do grande circuito de teatro e o povo acaba sem conhecer mais nada. a culpa não é das pessoas totalmente. há, realmente, pouco patrocínio e incentivo à peças que não sejam de comédia pastelão. afinal o retorno é baixo.

mas aí se dá também algo que eu chamo de paradigma de tostines na cultura de massa. o retorno é baixo por que há pouco inverstimento, ou há pouco investimento por que o retorno é baixo.

eu, pessoalmente, acredito que seja um pouco dos dois.

já a três anos eu participo de um grupo de teatro amador. é muito interessante como as peças (adaptações de contos nacionais, nunca comédias escrachadas, sempre com um tom autoral) tem uma boa recepção. mesmo a gente tocando em feridas sociais (a última achincalha a família como instituição).

enfim, essa, como muitas das coisas que eu penso, é uma coisa que deve ser mais bem pensada. mas acho que as pessoas poderiam dar mais valor à arte. afinal, é a cultura que jsutifica a sociedade civilizada e nos separa dos animais (até onde eu sei é apenas a cultura...)