7/25/08

outra resposta...

é...

acabei de ver o filme. num ano em que fui levado para a sala de cinema para ver Sangue Negro e Onde os Fracos Não Têm Vez, a nova película do Sr. Nolan consegue estar a altura, se não superar, já que leva reflexão com entretenimento, função (??) inata do cinema.

mas não me sinto confortável em escrever nada sobre esse filme. talvez porque ainda esteja tudo muito fresco na mente [saí do cinema a exatos uma hora e quinze minutos]. e não acho, realmente, que eu tenha algo a acrescentar a tudo o que foi dito por aí.

exceto um fato.

esse filme não é do coringa, ou, ao menos, não só do coringa. ele definitivamente não brilha sozinho e não ofusca ninguém. apenas um cego afirmaria isso.

a atuação de Heath Ledger é sensacional, tecnicamente impecável e expremamente viceral. mas assim é a do Cris Bale, de Aaron Eckhart e de todos os outros. é perda de tempo até mesmo enumerar.

o filme em si é uma obra tão completa que não prevê nem a possibilidade de um ator minimamente despreparado. cada cena, cada fala, cada tomada, cada facho de luz é milimetricamente desenhado para gerar significado.

tenho pena de tudo o que vier depois, especialmente Watchmen.

e isso é tudo o que eu me atrevo a escrever nesse momento. prefiro, inclusive, falar de filmes que as pessoas não viram. me divirto mais e me sinto mais livre para dizer o que eu penso.

quanto ao Pablo... sinceramente? eu leio as críticas dele, mas acho ele muito apegado a técnica e penso que ele dá pouca importância para o que é mais importante em um filme, ou qualquer outra obra: seus desdobramentos. como uma obra gera uma avalanche de significados que se multiplicam para dentro de si e para fora, como num lago calmo atingido por uma pedra.

não digo que ele não deveria dominar a técnica, mas acho que ele acaba se prendendo demais a ela. e isso se reflete em seus textos, todos com uma estrutura muito similar [ele até usa as mesmas expressões: "o filme perde sua força no terceiro ato"...se eu ganhasse um real cada vez que eu tivesse lido isso].

acho o jogo dele bacana. mas não tenho saco com isso. cheguei no meu ápice quando advinhei qual filme era só pela granulação da película [Rambo - programado para matar, a cena tinha só um carro estacionado]. prefiro me dedicar a assuntos mais elevados.

quanto a críticas, fico com as do omelete pela nerdisse e com as do pilula pop pela delicadeza com que buscam a compreensão da obra. só leio as do pablo quando to com saco ou tempo...

ufa! eu juro que comecei a escrever pensando em fazer um texto breve...

1 comment:

Anonymous said...

não te conheço... mas pelo seus textos não te considero "nerd". só um cara que gosta de ler. meio prepotente... (dá pra sentir a acidez em algumas das suas palavras) mas de vez em tantas tem umas sacadas bacanas. uma pena não ter destrinchado todo o potencial do Coringa. Eu não estava interessada no que você iria dizer, mas como iria ser a construção do texto, as palvras escolhidas, a narrativa.

Mas tá valendo tb. Como jornalista e atriz reafirmo a sua colocação " não há atores inesperientes nesse filme". isso é fato!