11/23/07

animais...

ao ser humano foi dado o maior dos dons. a possibilidade de não precisar seguir os papeis que dele se esperam.

pode não ser lá muito fácil fugir desses papeis. mas a consciência de que eles existem já o coloca em grande vantagem na hora de escolher mudar.

11/9/07

coisas...

algumas coisas que o mundo poderia passar sem e explicações idiossincráticas:

futebol.

veja bem, não sou contra o esporte. acho que é importante cuidarmos do corpo e, também, admirarmos quem o faz por profissão. mas, ponto 1, acho o esporte em si chato. muita lenga-lenga e pouco acontecimento. sou mais a favor de esportes mais dinâmicos. de qualquer jeito isso não é um problema. o problema todo é, ponto 2, que as pessoas colocam os profissionais desse esporte em uma posição de culto. os salários são obscenos e isso, ao invés de ser reprovado publicamente, é glorificado. uma outra gravidade é o fanatismo dos torcedores. que diferença real tem a vida de uma pessoa se um time perde ou ganha? e qual a finalidade de discutir os melhores times para cá e para lá se isso, ao final, não tem a menor relevância?

sem essa bobagem, com certeza, o mundo seria um lugar melhor.

racismo/sexismo.

por que no mundo um cidadão pode pensar que uma pessoa é melhor ou pior apenas pela aparência. apenas pelo fenótipo? tem tantos casos de gente absurdamente incrível (em ambos os casos, tanto de desviantes quanto de destaques socio-acadêmicos) em todas as cores e sexos e variações sobre esses temas que já surgiram no mundo. todo mundo tem potencial para ser aquilo que quiser ser. então porque as pessoas insistem em olhar umas para as outras e julga-las tão severamente. veja bem, eu não estou falando de preconceito. o preconceito é a base do aprendizado. você pega algo que não conhece e compara com tudo aquilo que conhece e tira disso uma conclusão. o problema é quando se apega demais com o pouco que se conhece. aí sim você tende a ser racista, ou sexista. o legal do mundo é que ninguém é igual a ninguém. abrace as diferenças!

sem essa bobagem, com certeza, o mundo seria um lugar melhor.

11/6/07

as vezes...

as vezes a gente se depara com tanta, mas tanta, beleza nesse mundo que, ao menos em um pensamento fugidio, a gente acha que vai explodir.

pobre o que não explode.

nos olhos de uma bela que cruzam os seus na rua.

nas letras de um escritor despretensioso.

nos sabores, aromas e sons que o mundo oferece.

na vida. na vida...

11/5/07

escrever...

certa vez li que escrever é dar-se, mostrar-se, escancarar-se. se eu não me engano era um texto sofre Foucault de uma tal Yeda Tukerman (ou talvez um outro sobre o mesmo de uma outra chamada Fernanda Bruno, li os dois na mesma época então eles se me confundem, enfim).

e é engraçado que é justamente assim que eu me sinto. não importa o texto, não importa o meio. o curioso é que sou (pratico) jornalista. meus texto já foram publicados em diversas ocasiões, apesar do meu pouco tempo de ofício. já fui lido e muito elogiado. mas sempre tenho muita, muita vergonha de meus textos. sempre que alguém me lê (principalmente se estou perto) é como se eu estivesse nu, sendo avaliado, investigado. e não sou purista dos meus textos. aceito alterações, modificações, desde que sejam bem justificadas, ainda mais que sei que tenho uma séria tendência a fazer de meus textos um grande e louco samba do crioulo doido.

mas não sei o que acontece. talvez eu acredite que, por mais que um texto meu seja para fins institucionais, eu sempre me esforço para deixar ali um pedacinho da minha alma. desconheço outro jeito de escrever. sempre, sempre, fico envergonhado com alguém fará, ao menos, a primeira leitura de uma pequena 'obra' minha.

e eu, sinceramente, não consigo precisar de onde vem essa vergonha toda. já brinquei de ator, nos meus idos anos de faculdade (pretendo voltar aos palcos um dia, me faz falta poder ser alguém que não sou eu), e nunca tive problemas, já tendo enfrentado, até, dois grandes desafios. um primeiro foram um amontoado de crianças, o outro, uma platéia de quase mil pessoas. já brinquei de televisão nesses mesmos anos e, apesar de não gostar de câmeras e achar que elas oprimem mais que uma platéia de 1000 pessoas, nunca me senti tão desconfortável como quando alguém está lendo meus textos.

e já, como disse, em geral, meus textos são elogiados, desde os jornalísticos (esse menos, sou obrigado a admitir, mas tenho melhorado) até os mais opinativos (delimito gêneros para fins de discussão, mas para mim é tudo a mesma coisa), passando pelos literários (esses últimos me divertem muito mais a execussão) e pelos mais acadêmicos (que pela possibilidade de articular idéias de forma mais sofisticada, me agradam fazer também).

ao mesmo tempo, quando escrevo por 'hobbie', eu tenho uma gigantesca necessidade de burilar o texto na minha cabeça. me divirto muito escrevendo 'about me's do orkut. passo horas, dias, pensando na melhor forma de se escrever aquilo que quero escrever, ou aquilo que penso melhor representar o que sou eu, no momento. ultimamente têm sido pequenas frases que delimitam tudo e abrem interpretações.

gosto muito de algumas, como:

"...caixinha de boas recordações com medo profundo e sincero de não ter onde colocar as mãos...

parece confuso? é mesmo!"

"...mixto tresloucado de devaneio e realidade..."

"no momento metade de mim é saudade do que fui, enquanto a outra metade é nostalgia em relação ao que poderia ter sido e não mais será. o que sobra (porque quando se divide algo em duas partes sobra a matéria de todo um novo universo) é a excitação pelas possibilidades do porvir..."

agora o que está é:

"...um amontoado de palavras desconexas, descontentes, desfiguradas, desencontradas e descoordenadas...

significados? todos!"

ou como meus agradecimentos nos convites de formatura:

"com medo de errar e ofender o cânone familiar, recorro ao clichê: agradeço a Deus, pais, resto da família e amigos!"

"agradeço a Tia Minervina pelas primeiras letras e aos meus pais por terem assinado turma da mônica na hora certa. o resto foi conseqüência."

é engraçado que desses pequenos escritos eu tenho muito menos vergonha. acho que por ter ficado muitos e muitos dias pensando e pensando neles (motivo pelo qual eu, inclusive, decorei esses testículos) eu acabei criando um certo tipo de orgulho.

e acho, também, que o fato de eu trabalhar escrevendo tem me feito menos nervoso em relação e esses textos. apesar de que eu ainda me sinto muito, mas muito mesmo, inseguro em relação a escrever mascarando minha subjetividade para fins mercadológicos. mas talvez isso não seja uma coisa tão ruim assim...