Ontem (13/03/07), durante o Jornal Nacional, eu percebi duas coisas. Ambos os apresentadores, depois de apresentar uma reportagem sobre a crescente onda de violência no Brasil, uma mais animadora e outra mais triste, fizeram uma pequena pausa, demonstrando, claramente, em seus rostos, um pouco de animação, um, e um pouco de tristeza, outro.
Ao final da primeira notícia, a recuperação da menina Piscila Aprígio e o seu bom humor (excelente bom humor, diga-se de passagem. Nunca em minha breve existência eu vi uma menina tão nova com tantos bons fluídos e tanto otimismo), a apresentadora Fátima Bernardes não consegue disfarçar um sorriso largo. É até importante prestar atenção na forma como ela tenta suprimir um pouco da sua alegria no momento. Mas é visível sua satisfação com o otimismo da menina.
É importante, pelo menos para mim, esse pequeno gesto dos apresentadores. É importante pelo simples motivo de que esses dois gestos geram significado. Na verdade eles geram mais significado do que a maior parte dos outras notícias. É importante por, talvez, ajudar as pessoas perceberem que a objetividade jornalística já está virando um vício, mais ainda, um vício perigoso. Afinal, é muito bom perceber que não são robôs pré-programados que estão por trás do balcão dos telejornais.