2/28/09

Quando o trabalho é diversão...

Texto que escrevi sobre o livro/DVD. A minha tentativa é de articular momentos mais poéticos com informação, ao mesmo tempo em que busquei desdobrar o meu texto do próprio livro.

Mas, como disse, é uma tentativa...

Adeus à solidão

“Quem disse que o processo do livro acaba quando o escritor terminar de escrevê-lo?”. A indagação do escritor e diretor curitibano Adriano Esturilho parece quebrar com o óbvio. Tirando as preocupações com design, impressão, lançamento e vendas, que não têm relação direta com o ato da escrita, o trabalho do escritor termina no último ponto final. Certo? Errado! E é isso que ele prova com seu [cancha 2] – cantigas para perverter juvenis, que está sendo relançado no dia 18 de fevereiro no teatro da Caixa, em Curitiba. O evento, além das exibições dos curtas, contará com um bate-papo com os convidados Luiz Felipe Leprevost, Paulo Biscaia Filho e Ricardo Corona. A equipe de peso deve comentar a pesquisa e processos de transposição de linguagens a partir da experiência do [cancha 2].

[cancha 2] é o segundo livro de uma trilogia que já nasceu intermidiática. “No Poesinhas - cantigas para perverter guris, tentei criar poemas curtos a partir de uma voz narrativa com a interferência de um olhar da criança. Agora, no [cancha 2] - cantigas para perverter juvenis, optei por contos curtos, e a voz narrativa é juvenil”, conta Esturilho. O primeiro livro foi transposto para pequenas intervenções teatrais. Este agora busca em curtas-metragem a possibilidade de ampliação ou transformação de significados. Esse trânsito entre linguagens sempre foi uma característica da Processo MultiArtes, coletivo que Adriano integra e que se envolve, justamente, nessa parte de deixar o trabalho literário menos solitário. O lançamento desse livro-DVD é ainda uma forma de veiculação de curtas, mídia que costuma ter muitos problemas para ser exibida em circuito comercial, o que acaba se transformando em uma vitrine para esses realizadores.

Os contos, todos bem curtos, são marcados pelas ‘locações’ curitibanas, pela tensão juvenil e pelo forte exercício estilístico impregnado em cada frase. As referências se cruzam indo de Tim Maia a Radiohead, de Graciliano Ramos a Nick Hornby, passando por Samuel Becket, “sou agridoce, e vivo de sincretismos e misturas estéticas” – explica o autor. Graças a isso, os contos emergem com muita força e sensibilidade desse caldeirão de referências estéticas e das memórias e reflexões do autor sobre a adolescência e juventude. “A tendência nas novas gerações é diminuir a duração da infância, prolongar a adolescência, pular a juventude e passar direto pra vida adulta”, finaliza Esturilho.

[Cancha 2] – cantigas para perverter juvenis se desdobra ainda em outros tantos projetos para a Processo MultiArtes. Além dos curtas que vêm encartados no livro, estão sendo produzidas uma opereta, Ave Maria não Morro, com libreto de Esturilho e composição do maestro Alvaro Naldony, que deverá estrear ainda em 2009, e um longa-metragem, Gol a Gol, com direção de Esturilho e Fábio Allon, que será rodado ainda neste ano. E mesmo com todos esses projetos Adriano já tem o terceiro livro em mente: “pra fechar a trilogia, partirei de vozes narrativas da melhor idade, e o gênero deve ser a novela ou o romance”, que deverá ser transposto para o formato de peça radiofônica.

O livro está sendo lançado pela Editora Medusa, que pareceu ser a casa ideal para o texto de Adriano Esturilho por ter um histórico de experimentação e vinculação com outras mídias, como pode ser notado no trabalho do escritor e editor Ricardo Corona.

2/9/09

grandes diálogos imaginários...

-nunca vou achar, não tem índice!

-é só procurar, ora!

-não tenho coragem, ele já sofreu demais com minhas mãos suadas...

grandes diálogos do cinema...

-você começou a fumar?

-sim... e não está funcionando...

[Filhos da Esperança]