descobri que rodoviárias são um reduto incomensurável de emoções. chegadas e partidas, encontros e despedidas. tudo lindo, tudo molhado de lágrimas, tudo muito cheio de significado per si.
também descobri que é um excelente lugar para leitura. foi terminado o novo do Martin Page [não tão fenomenal quanto seu livro de estréia, mas ainda tem seu valor], uma coletância com um arco completo do "Ex-Machina" do Brian K. Vawn [sensacional... sério...] e ainda um monte de divertidas e profundas "Cosmicômicas", daquele jeito que só o sempre incrível Calvino consegue ser [Deus, será que um dia eu vou escrever, pelo menos, próximo daquilo?]. tudo isso em algumas poucas horas, já que o esperto aqui confundiu os horários dos ônibus e causou um pequeno desencontro.
o segredo para ler em rodoviárias é só ficar longe dos lugares de ampla visibilidade. senão, você sempre poderá ser atropelado por alguem querendo visualizar alguém que chegou, ou se despedir de alguém que se vai. não é muito legal.
também as crianças, por algum estranho motivo, ficam hiperativas em rodoviárias. custa comprar uma revistinha para entreter a molecada. os bancos, e isso vale para aeroportos também, são unidos, então uma criança hiperativa te faz balançar quase tanto quanto ela. também não é lá muito legal.
mas, mais do que tudo isso! a coisa mais legal e incrível que eu descobri em relação às rodoviárias é que [perceba que este texto está sendo escrito no segundo semestre de um ano par] praticamente não existem pessoas fazendo campanha política. talvez, não prestei atenção na última campanha, por ser eleição municipal. isso facilita. talvez nas nacionais e estaduais esse pequeno reduto seja maculado.
mas que não ver panfletos, carros de som, bandeiras, estandartes, gente sorrindo amarelo e todos os outros etc´s intrínsecos ao período eleitoral, por algumas horas já me fez um bem danado.
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