6/24/06

morte...

ontem o pai de um grande amigo morreu.
coisas da vida (diria
Kurt Vonnegut)
nesse mesmo dia eu vi esse amigo chorar. isso doeu muito por que era um cara que estava sempre de alto astral. não como as pessoas são felizes normalmente. o cara tem um bom humor de assustar. sempre o centro da festa, sempre rindo, sempre querendo ver as pessoas à sua volta felizes, sempre um cara muito, muito, muito legal. o cara bateu o carro uma vez e saiu rindo.
sem dúvida um dos caras mais incríveis que eu já conheci.
e ontem eu vi esse cara chorar como uma criança. acho que foi uma das cenas mais tristes que eu já presenciei.

isso me fez parar para pensar na minha vida. na vida das pessoas. no quão efêmera é a existência.
provavelmente aqui se seguirão uma série de considerações sobre a vida e a morte que já foram usadas mil vezes antes de mim. e como não quero entediar ninguêm... enfim...

mas eu fico apenas pensando que eu ainda não sofri uma grande perda na minha vida. não perdi alguêm importante. como vou reagir? o que acontecerá? eu vou chorar? eu vou ter essa dimensão de que posso nunca mais ver essa pessoa? eu vou chorar? na hora? no dia seguinte? uma semana depois?

e quando eu me for? pessoas vão chorar? eu quero realmente que as pessoas chorem?

acho que não. talvez uma barganha. um sorriso para cada lágrima. eu tenho essa estranha sensação de ser um cara legal, agradável, engraçado às vezes. então eu gostaria, realmente, que as pessoas tentassem fechar os olhos e se lembrassem do tempo em que eu estive do lado delas (e como foi bom), como se estivessem tentando lembrar do gosto de um doce bem saboroso, e sorrissem com isso, do que se elas gastassem esse tempo precioso e efêmero na terra se lamentando pelo que não vão curtir comigo, o pelo que eu não vou ver...

acho bem justo!

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